O domingo foi agitado no governo mineiro , no trade turístico e no setor cultural de Minas Gerais com o pedido de desligamento do secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, que ocorreu a pedido, e foi confirmado por meio de nota, pelo governo estadual.
O governo de Minas Gerais confirmou, no início da noite do
dia 14 de setembro, que Leônidas de Oliveira não está mais à frente da pasta.
Já esperado nos bastidores do Executivo estadual, o desligamento ocorreu a
pedido, como confirmou a este jornalista
pelo telefone, agora ex-secretário. “Eu
já estava matutando em meu coração há algum tempo. Estou de férias e veio a
decisão mais clara. Preciso descansar,
cuidar um pouco de mim, da minha saúde. ” , disse Leônidas Oliveira, horas após entregar sua
carta de demissão.
Em nota divulgada para a imprensa, o governo informou que
"o governador Romeu Zema e o vice-governador Mateus Simões agradecem a
dedicação do secretário e sua gestão na condução de programas de valorização da
cultura regional e do turismo". Segundo o comunicado, a exoneração ainda
será formalizada nos próximos dias. Com a saída do titular, que estava no cargo
desde 2020, quem assume interinamente a pasta é a atual secretária-adjunta de
Cultura e Turismo, Josiane de Souza.
O pedido de desligamento da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo pegou de surpresa todos os setores de Cultura e Turismo de Minas Gerais.
Leônidas de Oliveira nasceu em São Gotardo, Minas Gerais, em 1973, é arquiteto, filósofo, gestor público, professor e pesquisador .
Secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais desde maio de 2020. Destacou-se por seu trabalho na descentralização cultural, valorização do patrimônio, turismo sustentável e economia criativa.
Leônidas Oliveira é graduado em Filosofia e Arquitetura, Leônidas Oliveira é doutor em Teoria da Arte e da Arquitetura pela Universidade de Valladolid, na Espanha. Bolsista da Fundación Carolina, concluiu em 2004 um curso de Altos Estudos Europeus em Restauração do Patrimônio Cultural, com mais de 1.495 horas de pesquisa em países europeus. Foi seminarista da Diocese de Luz entre 1990 e 1994.
Atuou nacional e internacionalmente como pesquisador e
técnico em políticas culturais e urbanas. Foi arquiteto e coordenador do Plano
de Reabilitação do Centro Histórico de Valladolid (Espanha), entre 2003 e 2004,
onde iniciou sua carreira internacional.
Leônidas exerceu vários cargos públicos e gestão cultural:
Secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais
(2020-2025)
- Implementou
o programa Descentra Cultura Minas Gerais.
- Criou o Circuito Liberdade como território de criatividade e turismo, com mais de 40 equipamentos culturais.
- Lançou campanhas integradas como
- Natal da Mineiridade,
- Carnaval da Liberdade e o Ano das Artes.
- Conduziu
o processo que resultou no título de Patrimônio Cultural Imaterial da
Humanidade pela UNESCO para o Queijo Minas Artesanal (2023), reconhecido pela UNESCO em 2024.
- Sob
sua gestão, Minas Gerais liderou o país no Índice de Atividades Turísticas
do IBGE, com recordes históricos de visitantes.Participação de stand de Minas Gerais em feiras por diversos estados e nas maiores feiras de turismo do exterior , divulgando a potência da cultura, turismo e gastronomia
- Através de seu trabalho o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Mundial Natural da Humanidade em julho de 2025.
- Criou
projetos estruturantes como o Infraturismo, a Estrada Cênica da
Cordilheira do Espinhaço, o programa TEM – Turismo, Experiência e Mineiridade, e o Projeto Afromineiridades.
- Promoveu
a restauração dos jardins e do casarão histórico da antiga Fazenda do
Leitão.
- Realizou
exposições como São José de Botas e Praça Rui Barbosa, valorizando a
história afetiva de Belo Horizonte.
- Implementou
ações de mediação cultural e curadoria orientadas à memória urbana.
Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte (2012–2017)
Durante sua gestão à frente da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, Leônidas Oliveira desenvolveu uma política cultural marcada pela descentralização territorial, pela valorização do patrimônio e pela criação de novos equipamentos culturais públicos. Entre suas principais realizações, destacam-se:
- Inscrição
do Conjunto Moderno da Pampulha como Patrimônio Mundial da UNESCO, título
concedido em 2016 após ampla articulação institucional.
- Criação
do Museu da Moda de Belo Horizonte (MUMO), o primeiro museu público
dedicado à moda no Brasil, com exposições, acervo têxtil e ações
educativas.
- Criação
do Festival Literário Internacional de Belo Horizonte (FLI-BH), cuja
primeira edição ocorreu em 2015, reunindo autores nacionais e
internacionais com programação gratuita em várias regionais da cidade.
- Criação
do festival Descontorno Cultural, voltado à valorização da produção
artística das periferias, com ações nos centros culturais regionais.
- Inauguração
do Centro Cultural Bairro das Indústrias, ampliando a rede cultural no
Barreiro e fortalecendo a presença institucional em territórios
periféricos.
- Criação
da Usina de Cultura, centro cultural inaugurado no bairro Ipiranga em
2016, com teatro, biblioteca, oficinas e espaços comunitários.
- Restauração
completa do Teatro Marília, com reforma estrutural e modernização do
espaço, devolvendo ao público um dos palcos mais tradicionais da capital
mineira.
- Restauração
do Teatro Francisco Nunes, reinaugurado em 2014 com melhorias na
infraestrutura técnica e de acessibilidade, integrando o circuito do FIT‑BH.
- Criação
do Espaço Cênico no bairro Alípio de Melo, primeiro espaço público voltado
exclusivamente às artes cênicas criado em Belo Horizonte em cerca de 60
anos, com foco na formação e circulação teatral.
- Inauguração
do Cine Santa Tereza, primeiro cinema público de rua de Belo Horizonte,
com programação gratuita e ações voltadas ao cinema mineiro e nacional. O
espaço foi reaberto em abril de 2016 após restauração completa do prédio
histórico de 1944.
- Expansão
da Rede de Centros Culturais da cidade, com fortalecimento da política de
territorialização da cultura e inclusão sociocultural em todas as
regionais.
Presidente da Belotur (2015–2016)
Diretor de Gestão Interna da Embratur e presidente
interino da instituição (2019) Diretor Executivo da Funarte (Fundação Nacional
de Artes) (2019–2020)
Secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais
(2020-2025)
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