Para aprimorar os processos e ampliar a qualidade dos
produtos, estão sendo coletadas agora amostras de leite e da água utilizados na
fabricação dos queijos
Queijo em Minas é assunto sério e, por isso, tem que ser
legal. O Projeto Queijo Minas Legal (PQML), que objetiva aumentar o número de
queijarias regularizadas do estado, entra em uma nova fase: a da coleta de
amostras do leite e da água utilizadas na fabricação dos queijos. Segundo o
diretor de Agroindústria e Cooperativismo da Seapa,, Ranier Figueiredo,
serão feitas análises microbiológicas e físico-químicas, que são indicativos da
qualidade do material. “O resultado vai subsidiar a continuidade do trabalho de
assistência técnica da Emater para manter ou aprimorar os
processos”.
A análise também pode ser utilizada para dar entrada no processo de habilitação sanitária e obtenção do selo de inspeção, obrigatório para todos os produtos de origem animal. Aqueles que já têm habilitação sanitária podem usar o resultado para manter o seu registro, porque todo produtor certificado precisa repetir a análise de seu produto a cada seis meses.
Nova etapa - A coleta das amostras está
acontecendo em Patrocínio e nos outros municípios atendidos pelas regionais da
Emater-MG em Patos de Minas, Uberaba e Uberlândia. A análise é gratuita para
todos os produtores do projeto. O valor total aproximado de R$ 756 mil é
subsidiado pelo Fundo Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor, do
Procon-MG.
Por meio do projeto, 88 queijarias em todo o estado já
alcançaram sua habilitação sanitária. A iniciativa é uma parceria entre
o Governo de Minas, via Secretaria de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento e a Emater-MG, o Programa Estadual de Proteção e Defesa do
Consumidor do Ministério Público de Minas Gerais (Procon-MG/MPMG) e o Fundo
Estadual de Defesa e Proteção do Consumidor.
Na avaliação do promotor de Justiça e coordenador do Procon,
Luiz Roberto Franca Lima, o Projeto Queijo Minas Legal mostra aos produtores
que a necessidade de regularização não deve ser vista como um empecilho para a
produção, mas uma etapa importante para a valorização que eles merecem. “Ele
faz essa ponte entre a tradição e a qualidade, garantindo que o produtor
alcance espaço adequado no mercado, novas fronteiras e mais pessoas conheçam
seu produto”.
Primeira coleta
Na fazenda Buqueirão, em Patrocínio, foram coletadas as
primeiras amostras do leite e da água utilizados na queijaria Nossa Senhora
Aparecida, marcando a nova etapa do projeto.
Helenice de Souza, idealizadora do empreendimento, é um dos
652 produtores atendidos pelo projeto. Quando a produtora deixou a profissão de
corretora de imóveis para investir numa atividade produtiva no campo, a
tradição da família na fabricação de queijos falou mais alto.
Com o apoio da Emater-MG, ela iniciou a atividade leiteira
com o foco na produção de queijo e já estava no processo de regularização,
quando foi selecionada para participar do PQML.
Com o início em 2022, a produtora não precisou de muito
tempo para crescer e buscar a formalização. Atualmente, sua produção é de cerca
de 20 peças de Queijo Minas Artesanal por dia, que têm o Selo de Inspeção
Municipal emitido pelo Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento
Sustentável do Alto Parnaíba (Cispar), sendo comercializado nos municípios que
fazem parte do consórcio. “Entrar nesse projeto foi um divisor de águas pela
assistência que recebemos. Essa análise gratuita é fundamental para nós que
somos pequenos produtores. Agora é crescer e ganhar mercado”.
A responsável técnica pelo laboratório, em Uberlândia,
Fúlvia Zardini, reforça a importância do trabalho. “As análises vão identificar
se o produto está de acordo com o regulamento de identidade do produto,
garantindo sua qualidade ao consumidor.”
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