sábado, 19 de outubro de 2024

Transplante ósseo na Santa Casa BH

 Embora pouco conhecido pela população em geral, o transplante de ossos é uma técnica consagrada e muito utilizada na ortopedia, sendo fundamental para o tratamento de diversos quadros, incluindo as perdas ósseas decorrentes de tumores, trocas de próteses, traumatismo, deformidades congênitas e de coluna, além de problemas odontológicos.


Desde 2018, a Santa Casa BH Hospital de Alta Complexidade 100% SUS oferece esse serviço, sendo referência na realização do procedimento na capital mineira.

O hospital, que é o maior do Brasil em número de internações pelo Sistema Único de Saúde, realiza o transplante de enxerto, principalmente nos ossos da articulação coxofemoral, que é o local  onde ocorrem os movimentos do quadril. Segundo o chefe da equipe de ortopedia e responsável técnico pelo transplante ósseo, Dr. Ricardo Horta, “o transplante é fundamental nos casos em que acontece a corrosão do arcabouço ósseo onde é feita a fixação das próteses de quadril, pois recompõe a estrutura que foi perdida ao longo do tempo, permitindo a fixação de novos implantes e garantindo uma melhor qualidade de vida ao paciente”, explica Horta.



Como funciona o transplante -  O processo começa com uma avaliação clínica realizada nos Ambulatórios Especializados Santa Casa BH. Após constatada a necessidade do transplante, uma solicitação é encaminhada ao Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into). “O Into seleciona o osso de acordo com as especificações, prepara e envia a peça esterilizada para o dia da cirurgia. Durante o procedimento,  ela é moldada e fixada contra o defeito ósseo, possibilitando em seguida, a colocação de uma nova prótese do quadril”, descreve o Dr. Horta, que também é o coordenador da equipe de Cirurgia de Quadril  da Santa Casa BH.


O tempo de recuperação do transplante pode variar de três a 18 meses, período em que o paciente deve seguir cuidados específicos para evitar complicações, como fraturas. O Dr. Ricardo Horta destaca, porém, um ponto positivo que diferencia o transplante ósseo dos demais órgãos e tecidos: “não tem risco de rejeição e, por isso, não exige uso de imunossupressores, como acontece no caso dos órgãos, o que facilita o processo de recuperação e a vida do paciente após a cirurgia”, pontua.


Como ser um doador  -  O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), com sede no Rio de Janeiro, é responsável pela doação e transplante de tecido ósseo no Brasil, beneficiando até 30 pacientes com um único doador. A doação pode ser feita por doadores falecidos ou vivos - quando os pacientes serão submetidos à artroplastia de quadril pela primeira vez, podem doar o osso que será substituído por prótese


Os ossos passam por um rigoroso processo de preparação e são armazenados a -80°C, por até cinco anos. O procedimento é gratuito, transformando a generosidade dos doadores em esperança e qualidade de vida para os receptores. Para mais informações, acesse www.into.saude.gov.br 

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