segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Pietá em Congonhas, simbolizando a fé do povo mineiro

 O escultor Guilherme Marques vai presentear Minas Gerais com mais uma obra. Dessa vez, ele inaugura uma Pietá em Congonhas, simbolizando a fé do povo mineiro. A obra,


selecionada no edital da Gerdau, evidencia o caráter histórico e religioso do município, e está sendo criada com técnicas contemporâneas que incluem um escaneamento 3D. 

O Governo de Minas Gerais e a Gerdau apresentam o Edital Arte em Aço Gerdau, que em 2023 selecionou o escultor Guilherme Marques para dar vida ao monumento Nossa Senhora da Piedade, Padroeira de Minas Gerais. O projeto, realizado por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, com patrocínio da Gerdau, propõe o desafio de usar a técnica e a precisão para transformar chapas de aço em figuras humanas.

 


Responsável por dar vida à Pietá das Gerais, de aproximadamente dois mil quilos, instalada na Catedral Cristo Rei, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Guilherme agora traz uma nova escultura para Congonhas, produzida a partir de materiais e técnicas contemporâneas, sem perder de vista a tradição e a fé do povo mineiro.


De livre acesso tanto para moradores locais quanto para os visitantes que circulam pelas ruas da cidade, a instalação foi feita neste mês, na calçada lateral do Colégio Nossa Senhora de Nazaré, ao lado também da Matriz da cidade, para celebrar os 60 anos da instituição de ensino e os 120 anos da Gerdau.



 


O processo de criação da escultura em aço Corten começou com a concepção do design, que buscava uma forma  não convencional de representar esse tema em um material tão “inusitado”. A escolha desse aço, que é produzido pela Gerdau, se deu devido às suas propriedades de resistência à corrosão, robustez  e beleza. Após o corte e preparação de cada uma das “faces” de aço, elas foram soldadas e acabadas para formar a estrutura. Por fim,  o aço foi submetido a um tratamento com ácidos para acelerar o desenvolvimento da pátina. 

 

“A principal dificuldade encontrada por qualquer artista, é submeter a matéria de sua arte à ideia escondida na sua cabeça. Ao trabalhar com o aço esta resistência é bem evidente, pois certamente é uma matéria das mais difíceis e não gosta de colaborar, mas é recompensador o esforço”, explica Guilherme Marques.

 

O edital é uma forma de reconhecer e incentivar as manifestações artísticas que reforçam a riqueza cultural construída em 300 anos de história de Minas Gerais, estado protagonista na história da Gerdau. A ideia de presentear as cidades com as esculturas tem o intuito de ampliar o contato da população com a história de Minas Gerais por meio da arte.


 

“Penso que meu trabalho desperta a curiosidade das pessoas a olharem de novo para temas quase esquecidos. A inusitada abordagem técnica que o aço proporciona ajuda nesse chamado. Acredito que da curiosidade, despretensiosa no início, possa brotar alguma reflexão posterior: fico feliz quando percebo isso acontecendo”, afirma o escultor.

 

Sobre o edital Arte em Aço Gerdau-Com o objetivo de valorizar a cultura mineira e convocar artistas para criarem arte usando o aço, o Edital Arte em Aço Gerdau foi lançado em 2021. Foram 98 inscrições recebidas para essa iniciativa que reforça os laços da Gerdau com Minas Gerais, especialmente nos municípios mineiros em que está presente. O projeto inédito busca enaltecer a história de 300 anos do estado e legados importantes como as suas riquezas minerais, a cultura e a pluralidade de ser mineiro.

 

O edital selecionou e patrocinou nove propostas culturais, na área de artes visuais, com valor de até R$ 265 mil, em recursos próprios e incentivados por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais.

 

O escultor Guilherme Marques ressalta que o edital é de importância ímpar para sua carreira, que está no início. “É importante para os artistas e suas equipes terem a oportunidade de se envolverem em um trabalho de grande repercussão e responsabilidades. Mas, acima de tudo, dispor de materiais tão nobres como os aços fabricados pela Gerdau, penso que tem sido o mais envolvente para nós, artistas que participamos do edital”, comenta.

 

Pietá-Obra do Renascimento, a Pietá de Michelângelo é um marco na história da arte e é uma referência para o trabalho de Guilherme Marques.


 

As representações da Nossa Senhora da Piedade começaram na região europeia onde hoje é a Alemanha. Por muito tempo a representação, que se tornou a tradicional, foi a de Maria com o corpo do Cristo apoiado por inteiro no seu colo.

 

No avançar da modernidade, até nossos dias, é que a maneira de representar essa venerável cena foi modelada em outras composições das figuras.

 

Cada nova representação apontava novos entendimentos, iluminava novos ângulos para a apreciação da fé.

 

Sendo assim, para formar a versão da padroeira de Minas, todas as representações foram levadas em conta por Guilherme Marques, entre elas estão as representações da Vesperbild, Michelangelo, Brecheret, Ceschiatti e do diretor Mel Gibson.


Créditos: Acervo Pessoal /Guilherme Marques

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