sexta-feira, 12 de julho de 2024

Yara Tupynambá mostra sua arte em homenagem à tradição do congado


      “Catopês” homenageiam os negros na formação do povo brasileiro, recriando e revivendo a memória e o imaginário congadeiro

Uma exposição no Palácio da Liberdade vai celebra o trabalho da mineira Yara Tupynambá em um diálogo com as afromineiridades. A mostra vai promover uma homenagem à tradição do congado em Minas, contando com mais de dez obras da série “Catopês”, criada pela artista nascida em Montes Claros.

Os “catopês” homenageiam os negros na formação do povo brasileiro, recriando e revivendo a memória e o imaginário congadeiro.

Nascida em 1932, Mostra tem mais de dez obras da série “Catopês”, criada pela artista nascida em Montes Claros

Yara Tupynambá iniciou os estudos de arte com o pioneiro Alberto da Veiga Guignard (1896-1962), em 1950, em Belo Horizonte. A artista é conhecida mundialmente e recebeu inúmeros prêmios, além de contar com mais de 90 painéis e murais espalhados por numerosas cidades brasileiras e trabalhos expostos em capitais internacionais.


Aluna, professora e diretora da Escola de Belas-Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Yara paralelamente se dedicou à gravura, especialmente sobre madeira. Seus murais retratam eventos históricos de Minas e passagens religiosas. Já nas telas a óleo, as pinturas trazem cavalhadas, violeiros e congados, temas referentes à sua adolescência e às andanças pelo interior de Minas.

Este é o forte elo entre a mostra e o programa “Afromineiridades”, cuja edição de 2024 será inaugurada em agosto. Os congados mineiros surgiram no cenário de escravidão no Brasil como o espaço da festa, onde os escravizados poderiam congregar e revitalizar seus valores culturais, mostrando seu desejo de liberdade. 


Em reverência ao congado mineiro, como grupo social relevante na história política, social e cultural de Minas, a exposição no Palácio da Liberdade vem consolidar a valorização da memória artística e cultural e dos saberes populares do Estado.

O congado envolve um ritual composto por oito irmãos: Candombe, Moçambique, Congo, Caboclo, Marujo, os Catopês, Vilão e os Cavaleiros de Jorge. Cada um desses grupos contém elementos e ritualidades próprias. O Norte de Minas Gerais é palco de um dos mais antigos movimentos socioculturais do estado, com grupos populares do congado manifestando ancestralidade e devotando sua fé, e cujos saberes e fazeres populares, a exemplo da cidade de Montes Claros, remontam ao início do século XIX.

No caso de Yara Tupynambá, os trabalhos sobre o congado criados pela artista, e que estarão na exposição, são dos anos de 1976 a 1978. São obras em telas e em papel, elaboradas a partir de diversas técnicas.


Exposição “A valorização e o resgate de nossa cultura”

Data: abertura no dia 17 (quarta-feira), às 18h
Período expositivo de 18 (quinta-feira) a 25 de agosto (domingo)
Horários: De quarta a sexta-feira, de 12h às 17h, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 17hLocal: Palácio da Liberdade – Praça da
Liberdade, s/nº, bairro Funcionários, BH
Classificação indicativa: Livre para todos os públicos
Entrada gratuita Informações (31) 3236-7400

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Unesco avaliará candidatura dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal a Patrimônio Cultural da Humanidade

No próximo dia 4 de dezembro, a candidatura dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal será formalmente avaliada durante a 19ª Sessão do Co...