A exposição “Braga do Outro Lado do Mar” inscreve-se no memorando de entendimento assinado em julho de 2021, entre as cidades de Braga (Portugal) e Ouro Preto . Este acordo, firmado com o objetivo de estabelecer parcerias no quadro do programa cultural delineado para a candidatura de Braga a Capital Europeia da Cultura 2027, previa, entre outras iniciativas, a realização conjunta de duas exposições temporárias: uma com o título em epígrafe, e a outra com o título “A Sagração dos Mestres - Braga e Congonhas: Montes da Fé, Santuários da Arte”.
Estas duas propostas expositivas são agora apresentadas em 2025, ano em que Braga assume o título de Capital Portuguesa da Cultura, sob uma nova configuração, atualizadas e reunidas sob o título agregador “Braga do Outro Lado do Mar”. Esta reformulação afirma uma clara aposta na internacionalização e na dos laços históricos atlânticos, profundamente enraizados entre dois países unidos pela Língua, pela Cultura e por um passado comum particularmente marcante.
O prefeito Ângelo Oswaldo e Maria João Bustorff, curadores da exposição “Braga do outro lado do mar”, com a presença do Presidente da Câmara Ricardo Rios e da vice presidente de Museus de Portugal Esmeralda Paupério.
A exposição evoca os laços culturais entre as cidades, que tem uma relação desde o início da ocupação das terras do ouro. Ouro Preto é um dos destaques mostrando sua paisagem arquitetônica e os bens patrimoniais, com destaque para a Casa dos Contos cuja construção foi assinada por um bracarense o arquiteto Antônio de Souza Calheiros que possivelmente se inspirou no Convento dos Congregados, o mestre Antônio Francisco Lisboa é destaque com vídeos sobre a Igreja de São Francisco de Assis e o Santuário do Bom Jesus de Congonhas.
O prefeito reforça a união entre os povos, ressaltando que "mesmo em tempos tão conturbados, a cultura é o laço apaziguador que pode unir e construir pontes". Com apoio da Associação das Cidade Históricas de Minas Gerais e Câmara de Braga a exposição vai até dia 20 de outubro, no Museu Pio XII.
São inegáveis as ligações entre Braga/Minho e Ouro Preto/Minas Gerais. As influências mútuas estão bem expressas no património histórico e artístico edificado, como são exemplos o Santuário do Bom Jesus de Braga e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas do Campo (Minas Gerais). Merecem igual destaque, duas figuras maiores do barroco e rococó luso-brasileiros: André Soares e António Francisco Lisboa, o célebre “Aleijadinho”, expoentes de uma linguagem artística que cruzou o Atlântico.
Hoje, além de querermos render homenagem aos que levaram a nossa
arquitetura e a nossa arte para o estado de Minas Gerais e àqueles que “do
outro lado do mar” a interpretaram e recriaram, propomo-nos, lado-a-lado, a
valorizar a criação artística e o “saber de ofício”. Neste contexto, a
exposição pretende sensibilizar públicos diversos, numa capital de distrito que
se caracteriza pelo expressivo número de cidadãos brasileiros que nela têm
vindo procurar o conhecimento e a cultura, quer como habitantes, turistas, ou
como estudantes da sua Universidade.
Curadoria: Maria João Bustorff e Ângelo Oswaldo De Araújo Santos
Exposição de 19 de setembro a 20 de outubro
Local: Museu Pio XII
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