Foi lançado o projeto Caminhos do Rosário, uma iniciativa
pioneira que integra as Congadas e festas do Rosário à política pública de
turismo da fé, que movimenta R$ 5,5 bilhões ao ano no estado. O lançamento
ocorre logo após o reconhecimento, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (Iphan), dos Saberes e Práticas do Reinado e das Congadas em
devoção a Nossa Senhora do Rosário como Patrimônio Cultural Imaterial do
Brasil. O projeto é através do Governo de Minas, por meio da Secretaria de
Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais e do Instituto Estadual do
Patrimônio Histórico e Artístico.
Minas Gerais agora apresenta ao mundo o maior trajeto
festivo de Congadas do país: são 701 festas mapeadas em 332 municípios, com
mais de 1.100 celebrações anuais realizadas por 1.170 grupos ativos, incluindo
congadeiros, moçambiqueiros, catopês e tamborzeiros. A cultura afro-mineira, já
reconhecida como patrimônio estadual, ganha nova projeção como expressão viva
de identidade, fé e pertencimento.
“Minas oferece ao Brasil e ao mundo um patrimônio que é arte, fé, cultura e território.
O Caminhos do Rosário reforça a transversalidade entre cultura e turismo, entre proteção do patrimônio e valorização das comunidades tradicionais”, reforça o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira,
O projeto faz parte do programa Afromineiridades e visa
fortalecer as comunidades tradicionais, gerando visibilidade nacional e
internacional, além de transformar Minas em referência no afroturismo de base
comunitária.
Caminhos do Rosário oferecerá, assim, um calendário
oficial das festas, roteiros integrados de turismo da fé, conteúdo educativo
sobre história afrodescendente e ações de capacitação e promoção, com
lançamento da plataforma digital no portal minasgerais.com.br
Os próprios grupos e também os municípios poderão
realizar os cadastros nesse site, o que t contribuirá para o mapeamento das
comunidades e dos territórios. Concomitantemente com essa possibilidade de
criação de roteiros turísticos, as ações de capacitação e formação serão
fundamentais para que a atividade turística nesses territórios seja realizada
de forma respeitosa e consciente em relação a importância dessas tradições.
Fotos:Leo Bicalho
Com um turismo em franca expansão, mais de 32 milhões de visitantes em 2024, Minas amplia a visibilidade aos roteiros que unem experiência e espiritualidade. O Caminhos do Rosário soma-se a eventos como a Semana Santa, o Jubileu de Congonhas, as Romarias da Piedade e de Bom Jesus da Lapa.
Exemplos de destaque incluem: as Congadas de Uberlândia
(50 mil pessoas), de Poços de Caldas (20 mil), de São Sebastião do Paraíso (150
anos de história), além de Betim, Contagem, Itaúna, Divinópolis e festas nos
Vales, Jequitinhonha, Norte, Mantiqueira e Centro-Oeste mineiro.
As comunidades tradicionais são protagonistas dessa
política. São elas que mantêm a oralidade, os trajes, a música e a fé das
festas do Rosário, agora reconhecidas, protegidas e promovidas como ativos
culturais e turísticos de impacto regional.
Investimento histórico nas culturas populares -O
lançamento dos Caminhos do Rosário ocorre também em meio a um marco histórico
de investimentos na cultura popular. Entre 2024 e junho de 2025, o Governo de
Minas pagou mais de R$ 49 milhões em editais via Fundo Estadual de Cultura
(FEC) e Política Nacional Aldir Blanc (PNAB).
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