segunda-feira, 26 de maio de 2025

Memorial dos Direitos Humanos em BH

 


O Memorial dos Direitos Humanos, em Belo Horizonte, é um local que merece ser visitado pelos turistas e moradores que apreciam a história e cultura nacional. Localiza se na conhecida avenida Afonso Pena, 2351. O prédio foi construído em 1958 para abrigar o DOPS: Departamento de Ordem Política e Social. Este local é considerado um dos principais símbolos da repressão do regime militar brasileiro .

Na visita guiada, você vai poder visualizar como era o processo de prisão e tortura da época. Na sala onde se iniciou a apresentação da visita mediada ficava o espaço de confinamento das mulheres que eram obrigadas a ficar sempre abaixadas para não aparecerem pela janela que dava a rua.

Existia uma guarita externa para um dos guardas  vigiar a posição das mulheres as mulheres. A sala do delegado era ampla e cheia de grades. Anexo à sala do delegado ficava a sala de cortiça.



As paredes desta sala eram revestidas com cortiça para proteção acústica e foram também  instalados três pontos de energia para os choques elétricos  na tortura. Ou seja, um lugar que tinham muitos gritos e sofrimentos abafados pela cortiça e a ira do delegado.



Passando pela área aberta, próximo ao portão da Rua Professor Morais, tinha a área "disfarçada" de lazer . Uma sauna seca era transformada em um verdadeiro forno para a tortura. Do lado de fora tinha o poço de gelo, com aproximadamente 1,6m de profundidade .



Este poço foi descoberto após escavações de equipe especializada de arqueólogos. A tortura com o choque térmico, extremo quente e frio, pode ser sentida observando este espaço . Nesta mesma região ficava a cadeira do dragão que era onde também davam os choques elétricos . No nível do subsolo, conhecemos as celas que possuíam grades reforçadas, banheiros bem precários e fechaduras imponentes . Nas paredes das celas é possível ler algumas descrições feitas pelos presos.


No final das celas ficava a igrejinha . Na igrejinha os presos faziam as confissões forçadas. A parte do banho de sol atualmente está coberta com telhas  . Existia uma solitária nas proximidades desta área . Na parte externa da edificação, à esquerda, tem uma obra grafitada em 2018 que é uma adaptação do  mosaico existente inicialmente do lado direito. No canteiro central, em frente, à edificação existe um monumento federal de 2013 com nome dos mineiros desaparecidos . Em abril de 2025, o espaço foi ocupado por movimentos envolvidos nos direitos humanos . O objetivo da ocupação é colocar de forma imediata o memorial em funcionamento . Algumas salas receberam nomes em homenagem a algumas figuras importantes deste movimento como a Inês Etienne Romeu, única sobrevivente da Casa da Morte.



Aproximadamente 30 pessoas participaram comigo da visita neste sábado .




Este programa é um resgate histórico para todos nós refletirmos e conscientizarmos que os mesmos erros não podem ser repetidos para as nossas gerações futuras. Confesso que finalizei a escrita  deste artigo ainda com o "barulho" da tranca da cela "apertando" o meu coração pelo sofrimento dos presos denominados subservivos.

 por Leonardo Perez

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