A Motiva, novo nome da CCR (Companhia de Concessões
Rodoviárias), confirmou a intenção de vender seus 20 aeroportos na América
Latina, o que inclui o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (BH Airport),
em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte , e o Aeroporto da
Pampulha. A companhia contratou o Itaú Unibanco e a consultoria Lazard como
assessores financeiros para avaliar uma possível transação de venda dos seus
ativos aeroportuários.
A previsão das vendas dos aeroportos podem gerar
R$ 10 bilhões .
Em fato relevante divulgado no dia 18 de maio, o grupo, com
atuação em rodovias, ferrovias e aeroportos, afirmou que o processo passou para
a fase de negociações não vinculantes, ou seja, sem qualquer obrigação de
exclusividade por parte da Motiva ou de suas afiliadas.
A companhia enxerga a venda dos aeroportos como uma
estratégia de reciclagem de capital e também avalia outras alternativas para se
estruturar. Segundo a empresa, a possível venda dos terminais aéreos atraiu o
interesse de diversos potenciais compradores.
Em Minas Gerais, a Motiva é sócia da Zürich Airport e da
Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) no BH
Airport.
A possível saída da empresa do negócio já era cogitada
há alguns anos, desde que a companhia, ainda como CCR, conquistou a operação de
outros 15 aeroportos na 6ª Rodada de Concessões Aeroportuárias do Governo
Federal, em leilão realizado em 2021.
Além do BH Airport, a empresa é a concessionária do
Aeroporto da Pampulha, onde mantém um investimento milionário para transformar
o equipamento em um hub de aviação executiva. No total, a Motiva tem 17
aeroportos no Brasil e três terminais no Costa Rica, Curaçao e Equador,
que contam com uma movimentação de mais de 43 milhões de passageiros por ano.
Já as operações dos aeroportos da Motiva fora do País
representam mais de 60% do lucro da empresa com administração dos terminais
aeroportuários.
Grupo pretende focar em negócios estratégicos- Criada
como CCR em 1999 pelas construtoras Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Soares
Penido, a Motiva atualmente fatura cerca de R$ 15 bilhões por ano e possui 36
concessões em diferentes segmentos de infraestrutura em 13 estados do Brasil.
Após arrematar cerca de 20 concessões de infraestrutura no
País entre 2018 e 2021, a companhia decidiu se retirar dos certames para
organizar a casa e se preparar para os novos investimentos assumidos. Nos
próximos anos, a Motiva deverá investir aproximadamente R$ 46 bilhões em todos
os projetos sob sua administração.
Em 2022, a holding de investimentos Itaúsa e o
grupo Votorantim adquiriram a parte da Andrade Gutierrez na Motiva, e passaram
a compor a sociedade com as outras duas empreiteiras da formação original do
grupo. Assim, no ano passado, a companhia retornou aos grandes leilões de
infraestrutura do País e voltou a arrematar concessões de peso.
A empresa agora pretende focar em concessões de
infraestrutura nos grandes centros urbanos brasileiros e reduzir o
endividamento. Além dos aeroportos, a Motiva também cogita a venda de suas
concessões em metrô, ferrovias e balsas, e se concentrar nos negócios
considerados mais estratégicos, como as concessões de rodovias, cujos pedágios
geram cerca de 70% da receita da companhia.
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