quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Santa Casa BH economiza mais R$ 2 milhões na Farmácia Clínica com o uso de Inteligência Artificial

 


O mercado de Inteligência Artificial (IA) na saúde segue em plena expansão no mundo. É o que mostram pesquisas como a do instituto alemão Statista, que prevê um crescimento de mais de 1.600% no setor, no intervalo entre 2021 e 2030. Nesse cenário otimista, grandes instituições têm entrado na corrida pela incorporação de inovações tecnológicas que trazem ganhos significativos para o negócio. É o caso da Santa Casa BH, que registrou, nos últimos dois anos, uma economia de mais de R$ 2 milhões, apenas com o uso de uma solução, no setor de Farmácia Clínica. 

Implementado em dezembro de 2022, o NoHarm utiliza algoritmos avançados para otimizar a validação farmacêutica, priorizando prescrições de medicamentos fora do padrão e identificando pacientes críticos. Para isso, a IA, que foi integrada aos sistemas já operados na Santa Casa BH, analisa dados em tempo real, otimizando o serviço do farmacêutico.

A gerente de Farmácia Clínica, Farmacotécnica e da Agência Transfusional da instituição, Melina Naves, explica como a tecnologia funciona: “o NoHarm emite alertas de interações medicamentosas, incompatibilidades e duplicidades terapêuticas. Também lista os exames, dando destaque para as alterações e mostrando a evolução dos resultados. Além disso, a IA extrai informações do paciente e detecta divergências nas prescrições em relação às doses e à frequência, agilizando a análise clínica do farmacêutico ”, diz Melina.

Com todos esses avanços, o NoHarm foi crucial para ampliar a capacidade de atendimento da Santa Casa BH, permitindo que a equipe da Farmácia Clínica atuasse de maneira mais eficiente e ágil, sobretudo com os pacientes críticos. “Isso resultou em uma considerável redução do tempo de validação das prescrições e dos riscos de erro de medicação, aumentando assim a segurança do paciente, que é o nosso foco. Em relação à economia de recursos, atingimos esse objetivo de forma substancial, sem comprometer a qualidade assistencial. Outro dado impactante é o número de vidas beneficiadas, que chegam a quase 80 mil ”, destaca Melina. 


A economia de mais R$ 2 milhões alcançada com o suporte do NoHarm, na prática, representa novas oportunidades de investimentos em diversas frentes, tanto na Farmácia Clínica quanto na instituição como um todo, como melhorias na infraestrutura, aquisição de equipamentos e capacitação de profissionais, “sempre pensando no objetivo maior de levar saúde de ponta para quem mais precisa", pontua a gerente.

Melina ressalta que os resultados positivos em apenas dois anos de utilização da Inteligência Artificial só foram alcançados por meio de um esforço coletivo. "Existem muitas pessoas por trás dessa conquista, mas a equipe de Farmácia Clínica tem papel fundamental nesse sucesso. Este marco é uma conquista da Santa Casa BH, por isso agradeço a todos pelo empenho”, completou a gerente. 

Raio-x do NoHarm*: 

  • Número de vidas impactadas: 79.081

  • Prescrições validadas: 464.221

  • Medicamentos avaliados: 6.130.732

  • Intervenções realizadas: 87.837

  • Farmacoeconomia: R$ 2.020.203,82

*Dados de dezembro de 2022 a novembro de 2024


A inovação no contexto hospitalar 

A implementação do NoHarm foi uma das grandes conquistas recentes da Santa Casa BH. A solução foi apresentada pela própria Melina, em 2022, e, por meio do Santa Ideia, programa de inovação que capta ideias de colaboradores, visando solucionar problemas da rotina de trabalho, sua aplicação foi intensificada. Na ocasião, a proposta do NoHarm foi premiada e transformada em realidade, gerando um retorno financeiro imediato e uma melhoria significativa nos processos internos. 

O head de Inovação da Santa Casa BH, Bruno Nascimento detalha: "o NoHarm foi um exemplo claro de como uma IA pode reduzir custos e otimizar operações. Este projeto surgiu como uma inovação radical, que alterou profundamente um processo operacional da Farmácia Clínica, introduzindo uma tecnologia nunca antes utilizada no hospital”, comenta.

Além da inovação que o NoHarm trouxe, diversas singularidades incrementais seguiram seu curso. Nesse contexto, destacam-se a contratação de novos colaboradores e a aquisição de tablets que permitiram a análise de prescrições à beira do leito, conferindo ainda mais eficiência aos processos e permitindo que a equipe de Farmácia Clínica tivesse acesso em tempo real a dados críticos para a segurança do paciente. "Aumentamos em 40% a nossa economia, ao mesmo tempo em que ampliamos a capacidade de intervenção da equipe, mostrando que a Inteligência Artificial, ao contrário do que prega o senso comum, não substitui, mas potencializa o trabalho humano", explica Bruno.

O head de Inovação revela que a Santa Casa BH segue investindo em outras inteligências artificiais para aprimorar os processos hospitalares. Atualmente, estão sendo desenvolvidas cinco novas IAs, em parceria com outras empresas e instituições de ensino, com foco na otimização da análise dos números de infecções hospitalares, no acompanhamento dos casos de sepse (popularmente conhecida como infecção generalizada, que constitui uma das maiores causas de mortalidade hospitalar) e na previsão de sucesso de extubação em pacientes pediátricos. 

"Essas tecnologias, baseadas em dados e evidências científicas, têm o potencial de transformar ainda mais o cuidado com nossos pacientes, aumentando a segurança e a eficácia do tratamento", conclui Bruno Nascimento.


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