Uma
exposição no Palácio da Liberdade vai celebra o trabalho da mineira Yara
Tupynambá em um diálogo com as afromineiridades. A mostra vai promover uma
homenagem à tradição do congado em Minas, contando com mais de dez obras da
série “Catopês”, criada pela artista nascida em Montes Claros.
Os
“catopês” homenageiam os negros na formação do povo brasileiro, recriando e
revivendo a memória e o imaginário congadeiro.
Nascida
em 1932, Mostra tem mais de dez obras da série “Catopês”, criada pela artista
nascida em Montes Claros
Yara Tupynambá iniciou os estudos de arte com o pioneiro Alberto da Veiga Guignard (1896-1962), em 1950, em Belo Horizonte. A artista é conhecida mundialmente e recebeu inúmeros prêmios, além de contar com mais de 90 painéis e murais espalhados por numerosas cidades brasileiras e trabalhos expostos em capitais internacionais.
Aluna,
professora e diretora da Escola de Belas-Artes da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), Yara paralelamente se dedicou à gravura, especialmente sobre
madeira. Seus murais retratam eventos históricos de Minas e passagens
religiosas. Já nas telas a óleo, as pinturas trazem cavalhadas, violeiros e
congados, temas referentes à sua adolescência e às andanças pelo interior de
Minas.
Este é o forte elo entre a mostra e o programa “Afromineiridades”, cuja edição de 2024 será inaugurada em agosto. Os congados mineiros surgiram no cenário de escravidão no Brasil como o espaço da festa, onde os escravizados poderiam congregar e revitalizar seus valores culturais, mostrando seu desejo de liberdade.
Em
reverência ao congado mineiro, como grupo social relevante na história
política, social e cultural de Minas, a exposição no Palácio da Liberdade vem
consolidar a valorização da memória artística e cultural e dos saberes
populares do Estado.
O
congado envolve um ritual composto por oito irmãos: Candombe, Moçambique,
Congo, Caboclo, Marujo, os Catopês, Vilão e os Cavaleiros de Jorge. Cada um
desses grupos contém elementos e ritualidades próprias. O Norte de Minas Gerais
é palco de um dos mais antigos movimentos socioculturais do estado, com grupos
populares do congado manifestando ancestralidade e devotando sua fé, e cujos
saberes e fazeres populares, a exemplo da cidade de Montes Claros, remontam ao
início do século XIX.
No
caso de Yara Tupynambá, os trabalhos sobre o congado criados pela artista, e
que estarão na exposição, são dos anos de 1976 a 1978. São obras em telas e em
papel, elaboradas a partir de diversas técnicas.
Exposição “A valorização e o resgate de nossa cultura”
Data: abertura no dia 17 (quarta-feira), às 18h
Período expositivo de 18 (quinta-feira) a 25 de agosto (domingo)
Horários: De quarta a sexta-feira, de 12h às 17h, e aos sábados, domingos e
feriados, das 10h às 17hLocal: Palácio da Liberdade – Praça da
Liberdade, s/nº, bairro Funcionários, BH
Classificação indicativa: Livre para todos os públicos
Entrada gratuita Informações (31) 3236-7400
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