No Brasil, uma nova forma de explorar as belezas naturais, históricas e culturais tem ganhado destaque: o cicloturismo. Diversos fatores têm contribuído para a expansão desse segmento, incluindo o aumento do interesse por atividades ao ar livre, a preocupação com o meio ambiente e a busca por experiências únicas. Entre os diversos destinos espalhados país afora, está a Rota Cicloturística Bahia-Minas, nos vales do Jequitinhonha e Mucuri. O percurso tem atraído visitantes e gerado novas oportunidades para pequenos negócios e comunidades localizados ao longo da antiga linha férrea que ligava Minas Gerais ao Sul da Bahia. Com mais de 350 km, a Rota Bahia-Minas passa por seis municípios mineiros: Araçuaí, Novo Cruzeiro, Ladainha, Poté, Teófilo Otoni e Carlos Chagas. A formatação do percurso aconteceu em 2022, e contou com o apoio do Sebrae Minas, por meio do programa Check in Minas, além de empresários da cadeia produtiva associada ao turismo e entidades públicas e privadas. Ao longo dos anos, já foram realizadas várias ações para alavancar o turismo e o desenvolvimento econômico local, gerando novas oportunidades de negócios para a região impactada com o fim das operações da ferrovia. "O desenvolvimento do cicloturismo representa um novo começo para muitas comunidades afetadas pela desativação da antiga ferrovia. As belezas naturais, a história e a cultura atraem a atenção dos visitantes, e evidenciam o potencial turístico da região. Mais que simples um percurso, a Rota Bahia-Minas tem se tornado um símbolo de esperança, conectando pessoas, impulsionando a geração de emprego e renda, e oferecendo um novo propósito às comunidades e vilarejos da região", afirma o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva. O Sebrae Minas também apoiou a realização de pedais, capacitações de pequenos negócios locais, mapeamento de atrativos e sensibilização da comunidade. Houve ainda uma mobilização para a formação e fortalecimento da governança, hoje, integrada por empreendedores, instituições parceiras e moradores das seis cidades. Em 2024, o trecho passou a fazer parte das rotas turísticas prioritárias que recebem incentivos do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), e do Sebrae Minas. “A promoção das rotas vai ao encontro da nossa proposta de potencializar e fomentar o turismo em Minas Gerais, setor que gera emprego e renda e atrai investidores de todo o mundo. Minas é líder em crescimento turístico no país e as rotas, tenho certeza, serão fundamentais para nos mantermos em primeiro lugar, crescendo até o dobro da média nacional”, afirma o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira. Nesta nova etapa do projeto, está prevista a divulgação da rota em grandes eventos do setor, como a WTM Latin America, uma das maiores feiras de turismo e viagens da América Latina, realizada entre os dias 15 e 17 de abril, em São Paulo. Durante o evento, receptivos locais irão apresentar e negociar pacotes de viagens, produtos e serviços turísticos com grandes compradores do trade nacional e internacional. Outra ação será a identificação e mapeamento de novos produtos e serviços com potenciais turísticos da região, além da formatação de novos roteiros. História- A construção da Estrada de Ferro Bahia-Minas começou em 188,1 na cidade de Caravelas, no litoral Sul da Bahia, e só terminou em 1898, com a chegada dos trilhos à cidade da antiga Filadélfia, hoje, Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri. A demora da construção da ferrovia se deu pela escassez de materiais, ataque de índios e a falta de mão de obra. No entanto, à medida que as obras prosseguiram, estações foram construídas dando início ao surgimento de povoados e cidades. Consequentemente, a ferrovia atraiu aportes, e o desenvolvimento de outras atividades econômicas, como a extração e beneficiamento da madeira, o plantio de café e a criação de gado. Porém, o sonho do progresso e o crescimento econômico foram interrompidos pela desativação da linha férrea, em 1966, provocada pela concorrência das rodovias, falta de planejamento e de investimentos públicos no setor ferroviário, além da má gestão e corrupção. Atrativos - Mesmo com o fim das operações, a natureza e o patrimônio histórico do trecho em terras mineiras, por onde passava a Maria Fumaça, mantiveram-se preservadas. O caminho é repleto de paisagens naturais com matas intocadas, montanhas, cachoeiras e riachos. Pedalando por estradas de terra, os turistas passam por comunidades rurais e conhecem moradores que presenciaram o começo e o fim da Estrada de Ferro Bahia-Minas. Também é possível observar estações antigas, capelas, igrejas, túneis centenários e prédios históricos, a maior parte deles, ainda de pé, bem como as casas dos funcionários da antiga ferrovia. Existem ainda pontilhões de ferro fundido, hoje, adaptados para o tráfego de automóveis ou abandonados. Na gastronomia regional, os destaques são: a carne de sol, queijo, requeijão, quitandas e a produção da legítima cachaça mineira. Há ainda as apresentações de rodas de viola, repentistas da Ciranda de Queixada e até um teatro musical. Conheça mais sobre os trechos da Rota Cicloturística Bahia-Minas:
Saiba mais sobre a Rota Cicloturística Bahia-Minas: www.rotabahiaminas.com.br |
Jornalista Sérgio Moreira. Divulgação sobre o Turismo, Gastronomia e Cultura. Informações para o email sergio51moreira@bol.com.br
quinta-feira, 18 de abril de 2024
Rota Bahia-Minas impulsionado pelo cicloturismo
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