Mostra de Aline Ruas e Lori Figueiró integra a programação
da 19ª Primavera dos Museus, conectando saberes ancestrais à temática “Museus e
mudanças climáticas”
O Centro de Arte Popular apresenta a exposição “Guardiãs das
palavras benditas – benzedeiras do Jequitinhonha”, de Aline Gomez Ruas e Lori
Figueiró. A mostra integra a programação da 19ª Primavera dos Museus, promovida
pelo Instituto Brasileira de Museus (Ibram), que em 2025 tem como tema
“Museus e mudanças climáticas”.
A exposição reúne cerca de 60 obras, entre fotografias
bordadas, estandartes e aquarelas, resultado do projeto “Guardiãs das Palavras
Benditas”. O trabalho é uma homenagem às benzedeiras do Vale do Jequitinhonha,
mulheres que, com suas orações, saberes de cura e relação com a natureza,
mantêm vivos conhecimentos ancestrais transmitidos de geração em geração.
Atualmente, mais de 150 benzedeiras foram registradas nas
regiões do alto, médio e baixo Jequitinhonha, compondo um verdadeiro patrimônio
cultural imaterial. Ao integrar a 19ª Primavera dos Museus, a mostra evoca uma
reflexão urgente: diante das mudanças climáticas que ameaçam territórios e
modos de vida, a sabedoria das benzedeiras ensina que cuidar da terra e das
pessoas é também um ato de resistência. A palavra bendita é remédio, o futuro
se fia com os fios da ancestralidade.
Sobre os artistas : Lori Figueiró, natural de Diamantina, é fotógrafo e poeta
com vasta obra dedicada à cultura do Vale do Jequitinhonha. Autor de livros
como “Cotidianos no Sagrado do Vale”, “Mulheres do Vale Substantivo Feminino” e
“Benzedeiras do Jequitinhonha” (em parceria com Aline Ruas), ocupa a cadeira 25
da Academia de Letras do Vale do Jequitinhonha.
Aline Gomez Ruas é bordadeira, aquarelista e benzedeira,
mulher quilombola do Arraial dos Crioulos. Herdeira das práticas de sua mãe e
avó, desenvolve bordados e projetos que entrelaçam arte, memória e
ancestralidade. Em 2021, criou, junto a Lori Figueiró, o projeto “Guardiãs das
palavras benditas”, que vem registrando e celebrando a presença das benzedeiras
do Vale.
Centro de Arte Popular - O Centro de Arte Popular apresenta um amplo panorama de
obras que privilegiam a riqueza e a diversidade das manifestações culturais
populares, valorizando o trabalho de criadores que traduzem no barro, na
madeira e em outros materiais o universo em que vivem. Sua edificação principal
foi construída para uso residencial na década de 1920, e foi também a sede do
antigo Hospital São Tarcísio.
No ano de 2012, a edificação foi adaptada para abrigar o
CAP, onde o público pode conhecer obras de artistas de várias regiões de Minas
Gerais, como o Vale do Jequitinhonha, Cachoeira do Brumado,
Divinópolis, Prados, Ouro Preto, Sabará e outras, entrando
em contato com elementos representativos da pluralidade da cultura mineira. O
edifício possui quatro salas de exposição permanente, uma para exposições
temporárias, uma sala para oficinas de arte e ainda um pátio interno.
Exposição “Guardiãs das palavras benditas - benzedeiras do
Jequitinhonha”, de Aline Gomez Ruas e Lori Figueiró
Período de visitação: até 23/11, de 3ª a 6ª: das 12h às
18h30; sáb., dom., e feriado: das 11h às 17h
Local: Centro de Arte Popular (Rua Gonçalves Dias, 1.608 –
B. Lourdes 2)
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