A tragédia de Brumadinho acontecida em 2019 nunca será esquecida pelas pessoas pelas mortes de 272 pessoas e o dano ambiental do rio Paraopeba e outros afluentes. Foi inaugurada dia 23 de outubro, na Cidade Administrativa, o monumento “Bruma Leve”, construído em homenagem às 272 pessoas que perderam a vida no rompimento das barragens da Mina Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019.
Instalado em frente ao
Prédio Tiradentes, o Bruma Leve é composto por 272 peças lineares de tamanhos
variados, posicionadas uma ao lado da outra. A peça mais alta tem 2,72 metros.
Elas têm a forma de perfis humanos em diferentes posições, cada uma
representando uma das vidas perdidas na tragédia. Essas peças também receberam
placas com os nomes das vítimas.
A solenidade de inauguração contou com a
presença do governador Romeu Zema, de representantes do executivo estadual e da
Associação dos Familiares das Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem
em Brumadinho (Avabrum). Também foram convidados familiares e amigos das vítimas
e as Instituições de Justiça que assinaram o Acordo de Reparação – Ministério
Público de Minas Gerais (MPMG), Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria
Pública de Minas Gerais (DPMG).
Bruma Leve -
A instalação do monumento foi anunciada em 2021 e tem como objetivo, além da
homenagem, reforçar, com um marco na sede do Poder Executivo estadual, o
compromisso do Poder Público em atuar para que desastres desta magnitude não se
repitam em Minas Gerais.
O monumento foi selecionado por meio de um concurso realizado pela Secretaria de
Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) e pelo Instituto Estadual
do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), com apoio da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag-MG), que coordena o Comitê Pró-Brumadinho.
A obra foi iniciada em março deste ano e concluída neste mês de outubro.
Segundo o autor da obra, Daniel Rodrigues, a inspiração para o Bruma Leve veio
do significado do nome do município de Brumadinho. O nome também representa as
montanhas da região e expressa a fluidez e a leveza da bruma quando passa pela
cidade.
“Observando de perto, é possível ver as peças formando a silhueta de uma face
humana. As peças são na cor vermelha, que remete à dor, mas também ao amor, à
coragem e à força”, afirmou Daniel.
O monumento foi executado com recursos do Tesouro do Estado de Minas Gerais,
sem relação com os investimentos do Acordo de Reparação. O valor total foi
de R$ 1,1 milhão - que engloba a obra, o projeto executivo e o concurso.
A presidente da Avabrum, Nayara Porto, destacou o significado da escultura para
trazer a memória das vidas perdidas na tragédia.
“Uma das nossas bandeiras é a memória, e nós sabemos que brasileiro tem memória curta. Então precisa de ter obras como essa esparramadas por todos os lugares para que a memória seja eternizada e para que, junto da memória, não aconteça outro crime como esse” reforçou.
272 joias -O rompimento em Brumadinho tirou a vida
de 272 pessoas e gerou uma série de danos sociais, econômicos e ambientais. As
operações de busca e identificação das vítimas se iniciaram no mesmo dia e
seguem até hoje, totalizando 2.100 dias de trabalho no local.
Foram localizadas pelo Corpo de Bombeiros e identificadas pela Polícia Civil 267 pessoas. Três
ainda seguem desaparecidas e outras duas eram bebês de duas grávidas,
totalizando as 272 joias. Atualmente, 15 militares trabalham na região da “zona
quente” com o auxílio de quatro máquinas nesta operação.
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