A estrutura, que faz parte do programa Centro de Todo Mundo - que prevê a requalificação da região central da cidade -, funciona como uma “ilha verde”. Tendo como elemento central uma árvore, o refúgio contará com uma estrutura concebida a partir de técnicas de resfriamento passivo, contendo um conjunto de pisos permeáveis (gramado e também revestimento de micro eixos drenantes). Dessa forma, ele contribuirá para a correta infiltração da água da chuva no local, evitando acúmulo e, consequentemente, alagamentos.
O espaço também contará com outras estruturas, como um banco sob a árvore, uma espreguiçadeira e um bebedouro. Dessa forma, o cidadão pode utilizar o refúgio para não apenas se abrigar do sol e reduzir a sensação de calor, mas também descansar e se hidratar. Ao todo, o refúgio climático ocupará uma área de 25,61 metros quadrados.
A espécie de árvore escolhida para este primeiro refúgio climático foi o oiti, também chamada de goiti (Licania tomentosa), por questões dimensionais e também porque deveria ser uma espécie que harmonizasse com outras já existentes no hipercentro da capital. Teria que ser uma árvore cuja copa não interferisse com a marquise vizinha, e cujas raízes ficassem afastadas o máximo possível da caixa da rede de drenagem pluvial. Por fim, devia ser uma espécie que gerasse sombra em todo o perímetro do refúgio climático durante o maior número possível de horas durante o dia, para que se crie um microclima próprio.
A obra, que tem orçamento de R$ 177.588,80, será executada pela empresa EPO Empreendimentos, de Belo Horizonte, por meio de compensação ambiental. A entrega do primeiro refúgio climático da capital mineira está prevista para acontecer entre o final de abril e início de maio. Outras unidades serão implantadas.
No caso dos refúgios climáticos que serão implementados na capital mineira, o diferencial está na árvore, que desempenhará o papel central no resfriamento do ambiente sob ela e ao seu redor. Segundo a Gerência de Ações para Sustentabilidade (GEASU), da Secretaria de Meio Ambiente de Belo Horizonte, não foram encontrados, no Brasil, espaços urbanos com essa combinação de atributos: árvore, pisos permeáveis, banco e bebedouro.
Refúgios Climáticos -A implementação de espaços públicos para resfriamento é uma tendência já observada em outras cidades, tanto no Brasil quanto no exterior, como os cooling places de metrópoles como Paris e Barcelona. São equipamentos que contribuem para tornar os centros urbanos mais sustentáveis e menos suscetíveis aos impactos das mudanças climáticas. Parques arborizados contendo lagos também são considerados espaços de resfriamento, assim como uma praça com um chafariz.
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